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terça-feira, 14 de junho de 2011

Empresário junta paixão com conceito de sustentabilidade e cria fábrica

Sérgio Mathias ao realizar um desejo antigo, inovou e criou a Pronyl, uma empresa especializada em artigos feitos de plásticos, voltados para cozinha industrial. Com isso, conseguiu sucesso, reconhecimento e um crescimento sólido.
 
Por Maria Luiza Gondim
 
Food Service News- Como surgiu a ideia de criar a Pronyl?
Sérgio Mathias - Eu tinha o sonho de criar uma empresa que desenvolvesse peças de plástico para a cozinha industrial. Antigamente, trabalhava em uma firma chamada Bem Brasil, gerenciando o setor de desenvolvimento de produto. Na época, existia um fabricante chamado Altileno [companhia que produz peças de plástico] e a Bem Brasil produzia peças técnicas para a mesma. Eu ficava pensando que um dia eu teria uma empresa para fazer este tipo de peças. Assim resolvi usar meus conhecimentos de desenhista e projetista e comecei a desenhar em casa.
 
 
FSN - Quando surgiu a oportunidade de transformar o sonho em realidade?
SM - No final de 1989 eu fui dispensado. Mas eu já estava me preparando para isso, então iniciei um trabalho paralelo. Passei a pensar e a estudar uma forma de montar e implantar a empresa que eu queria. Quando fui demitido usei o dinheiro da indenização como capital de investimento e comecei a construir a Pronyl.
 
 
FSN - E como foi esse começo?
SM - No incio não trabalhávamos com produto de cozinha profissional e sim com plástico de engenharia, que é utilizado na fabricação de peças técnicas. Nesta época, a empresa não contava com muito espaço, tanto que o escritório era na casa de um sócio e também em minha sala. Era engraçado! Quando as empresas queriam nos fazer alguma visita, enrolávamos e falávamos que não dava. Possuíamos clientes grandes como Lacta. Depois de mais ou menos um ano, começamos a alugar um espaço e, atualmente, possuímos uma área de 1600 metros quadrados, uma sede e produção própria.
 
 
FSN - De que forma os produtos eram divulgados?
SM - Naquele tempo, tínhamos vendedores. Um grupo de pessoas fazia todo o trabalho de divulgação e vendas.
 
 
FSN - Como entraram para o ramo de produtos para cozinha?
SM - Em 1992, começamos a atender uma rede de hoteis que necessitava trocar alguns utensílios de madeira por aqueles desenvolvidos em plástico. Fizemos umas placas especiais e eles pediram para desenvolver um rolo de massa que não soltasse o cabo, como normalmente acontece com os de madeira. A partir desta ideia desenvolvemos um rolo que o cabo é um só e não tem como soltar. E este é meu artigo preferido. Depois, começamos a planejar e produzir diversos produtos a pedidos de clientes. Atualmente, a Pronyl tem uma gama de 175 produtos.
 
 
FSN - Como os produtos são desenvolvidos?
SM - Temos o foco na necessidade específica de cada cliente. Tem produto que fiz para uma pessoa e agora vende milhares. A necessidade de um é a necessidade de todos. 70% das nossas peças foram desenvolvidas assim. Isso é fantástico, porque não fui eu quem colocou a peça no mercado, e sim o mercado que pediu por esta peça.
 
 
FSN - Qual o diferencial de seus artigos de cozinha?
SM - A ergonomia da produção e do produto. As pessoas trabalham muitas horas com uma peça da Pronyl. Por isso, ela tem que ter um desenho anatômico para não machucar as mãos de quem as utiliza e para facilitar a higienização após o fim do serviço. Além disso, buscamos sempre a qualidade. Queremos ser uma Brastemp.
 
 
FSN - Por que ser uma Brastemp?
SM - Porque a Brastemp trabalha com qualidade e destaca-se no mercado. E procuramos que nosso produto seja diferenciado. O principal fator que contribui para esta diferenciação é a qualidade. No momento em que você fabrica o material, a qualidade tem que ser alta, pura, para que possa ser revendido. Existem empresas que utilizam 50% de material puro e 50% de material reciclado. E com material reciclado você não tem garantia se é um material bom ou não. Nossos artigos são feitos de material totalmente puro. Ele fica um pouco mais caro, mas vem com selo de qualidade e é feito de acordo com as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Um exemplo de nossa busca por qualidade é a tabua de carne antibacteriana. Ela vem com o selo Microban, comprovando que este produto possui elementos que inibem a ação das bactérias. Sendo ótimos para cozinhas profissionais, como frigoríficos.
 
 
FSN - E por que o plástico?
SM - O plástico é o que substitui a madeira e há vantagem nesta troca A madeira é porosa, o plástico é impermeável e isso faz toda a diferença. Além disso, o plástico é um material branco e mais higiênico. Não acumula tanta bactéria quanto a madeira.
 
 
FSN - E a sustentabilidade?
SM - Inicialmente, ao substituir a madeira pelo plástico você evita o desmatamento. Outro fator, que é um desafio para nós, é a utilização de material biodegradável. Queremos no futuro substituir o plástico que tem origem no petróleo, por materiais de orgiem vegetal. Porém, deve demorar uns dois anos para conseguirmos. O mercado brasileiro esta começando a produzir resina de orgiem vegetal, mas por enquanto ela é muito cara. Ainda dentro da empresa, visamos ações pequenas que fazem a diferença, como usar papel reciclado. Tudo que remete a sustentabilidade, nós procuramos trabalhar.
 
 
FSN - Qual o maior desafio da empresa atualmente?
SM - O maior desafio é o econômico. É manter um setor financeiro estável. Para isso, trabalhamos com uma produtividade boa e ao mesmo tempo procuramos controlar as compras de material. Não comprar em excesso ou em quantidade insuficiente.
 
 
FSN - Qual o principal mercado da Pronyl?
SM - A Pronyl é bem conhecida no sul e sudeste do país. No norte e nordeste, estamos começando. Como é muito distante da sede (São Paulo), é muito complicado. Para sanar isso, estamos transferindo um pouco da mídia impressa para a digital, para popularizar um pouquinho. E possuímos também uma loja virtual que serve de vitrine para a empresa. Em números, atingimos 7% do mercado nacional. O importante é que tem mais 93% pra crescer dentro do mercado.
 
 
FSN - Quem são os seus maiores clientes?
SM - Atualmente, DiPratos que é aqui em São Paulo. Depois vem as lojas Makro e o Walmart.
 
 
FSN - Como a Pronyl fechou 2010?
 
SM - Fechou com uma taxa de 6,4% de crescimento, em comparação a 2009. Isso foi incrível. Começamos bem os primeiros meses 2011. Ainda temos produtos para lançar no mercado.
 
 
FSN - O que é esperado para 2011?
SM - Nossa previsão é de um crescimento significativo, principalmente pelo fato de incrementarmos o setor de mídias digitais. Acredito que pode ser até perigoso, pois buscamos crescer devagar para não acontecer um boom. Se você cresce muito rápido, tem que contratar funcionários e mudar toda a estrutura. Prefiro crescer devagar, pois você vai se preparando.
 
 
FSN - E qual o segredo de seu sucesso?
SM - Olha o maior segredo de estar aqui é sentar nesta mesa e ser capaz de desenvolver peças. Este é o meu maior prazer. E não é modéstia não, é apenas um sonho antigo de desenvolver produtos.
 

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